Ser mãe, um milagre para a vida
O meu percurso pela maternidade iniciou-se muito cedo…
primeiro na forma desejada: a primeira profissão que me lembro almejar era a de mãe!
Com o evoluir do meu processo de formação como ser e indivíduo, e com o início de um processo de namoro, onde se adivinhava o amor de e para uma vida, inesperadamente,
sem qualquer aviso prévio, ou sequer sem a instalação da rotina dos necessários treinos, surgem os primeiros sintomas,
as primeiras evidências de que dentro de mim pulsava uma nova vida!
Foi um momento desconcertante mas quente de emoção! …
Não sendo programada para tão cedo, logo me senti inundada pela presença deste bebé que dentro de mim pulsava;
e por uma calam e serenidade que só a felicidade sabe transmitir...
Assumida e reestruturada a minha vida estudantil, vivi uma gravidez rodeada de cuidados e carinhos e, num Verão particularmente quente vi-me com a minha filha Tatiana nos braços! … A minha vida mudou para sempre
Sempre desejámos uma família grande, vontade tanto minha como do Paulo, amor da minha vida.
Seguiram-se anos de conciliação, nem sempre fácil, mas sempre compensadora, da vida de mãe com a de estudante universitária. A minha filha crescia feliz e protegida por muitos abraços de velo e ternura. Desde cedo começou a reclamar para si mais (a)braços, pedindo manos e manas.
Passados 6 anos, sou invadida novamente pelo doce calor da vida no ventre… Também desta vez, o momento, muito desejado, não ocorre quando planeado, mas um ano antes, …, mas a alegria de viver outra vez os intensos momentos de cumplicidade inigualável com alguém, alguém que provém de mim e é uma extensão do meu amor pela vida, pelo Paulo, tudo fez relegar para segundo plano.
Desta vez com mais abraços e palavras sussurradas junto do regaço que cresce, todos fomos vivendo este milagre, …, até que, novamente no Verão, mais um choro de vida se ouve, quando a Mafalda se faz presença neste mundo…
Mais um tesouro para cuidar e proteger … mais uma reestruturação a fazer … outros projectos pessoais e profissionais parados … mas um amor imenso que não pára de crescer e nos faz ter certeza de que este caminho é muito à medida da nossa família.
Secretamente, mantivemos o desejo em casal de aumentar o núcleo familiar, mas estávamos conscientes das nossas limitações… mas aí tu irrompeste na nossa vida, forte e inesperadamente, pequeno Tomás!
Desta vez, a recepção desta nova chegada não foi tão efusivamente festejada no círculo mais alargado de família e (alguns, felizmente poucos) amigos: tudo na nossa instabilidade económica, financeira e de saúde nos fazia pensar que este não seria o melhor momento… mas foi o que tu escolheste, meu príncipe, e nós estávamos felizes, embora receosos … Foste mostrando ao mundo que crescias bem e feliz numa barriga que crescia aos poucos, para surpresa de muitos… Nasceste, para manter a tradição, no Verão, o tempo da maternidade para a mãe, … e encheste a nossa vida de um novo fôlego e de novos desafios também…
A saúde, a instabilidade, a falta de espaço, de meios, fez-nos assumir que a nossa conta estava feita, …, que éramos uns afortunados, e nos cabia preservar, proteger e amar estes seres maravilhosos postos ao nosso cuidado…
Mas as voltas da vida são diferentes das voltas que programamos para ela, e, no início de mais um ano, vem a notícia de novo milagre…
O choque inicial é grande … o amor também …e por um caminho atroz e cruel, este ramo da minha história é-me roubado precocemente…
Não sei lidar com esta perda; a minha história pessoal nunca me preparou para esta eventualidade, …, e desde o dia 19 de Janeiro, sinto que vivo um bocadinho menos, um bocadinho com menos luz …
Se te sentes assim e o teu maridão também, começa já os treinos para no próximo ano já teres um bebé para "dar" aos manos! Beijinhos e força!!
ResponderEliminarObrigada pelas palavras de incentivo ... se a vida permitir, esse momento chegará!
ResponderEliminarBeijinhos
Foi mais um passo...
ResponderEliminarBeijinho grande :)