ampolas de boa disposição e comprimidos de esperança (parte 2)

Este não é o meu muro das lamentações. E sempre que me sinto mais em baixo, não consigo, nem através da escrita, mentir e fazer parecer que tudo está maravilhoso e um sol radioso me aquece o coração.
Mas, sempre que isso acontece, sei também ir ao meu baú de felicidade, às memórias e afectos construídos, e escolher um instantâneo que me arrebite e me traga o tão esperado sorriso ...

Hoje, vou buscar um momento mágico que se passou no Domingo passado.

O dia estava de neura: ora fazia sol, ora chovia, ora ventaniava (será que esta palavra existe?), mas os petits mais petits queriam aproveitar o jardim que só podem usufruir ao fim de semana. Vai daí, montam mesa para lanchar no jardim e vão buscar os brinquedos para as actividades outdoor.
O Tomás pega na sua bicicleta cor de rosa (a mesma que já foi da mana mais velha e da mana mais nova, na mesma cor) e começa o seu périplo, passeio acima, passeio a baixo...
Começa a chuviscar. Aquela chuvinha miudinha, irritante, ...
Aviso-os que, estando a chover não podem brincar no jardim e é hora de vir para dentro. E eis que lhes surge uma ideia luminosa:

_ a Mafalda vai buscar um guarda chuva de tamanho familiar que temos por lá e acompanha o passeio do irmão, abrigando-o da chuva!
Eu sei que outros pais poderiam ter ralhado, mandando, mesmo assim, vir para dentro ... se calhar teriam razão ...
Eu chamei o pai e ficámos deliciados a ver da janela da cozinha, de forma insuspeita, este momento de partilha e cumplicidade, de protecção maternal da mana para o seu mano. E os risos, senhores, os risos ...

Ainda comentámos: - ralha tu se tiveres coragem.
Coragem não houve.
Porque o que assistimos foi a uma cena de amor e cumplicidade. E isso não tem preço nem merece castigo.

Comentários

  1. Pois não querida, não tem preço porque não tem valor calculável, só quem tem coração grande consegue perceber...

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  2. Tal como te disse quando me contaste, deve ter sido uma imagem soberba, maravilhosa, de amor entre irmãos. Consigo (estou) a imaginar o Tomás a pedalar e a Mafaldocas de guarda-chuva atrás...nessas alturas seria perfeito ter uma máquina de filmar para registar tão precioso momento.

    Ralhar?! Não minha amiga, nunca, eu também não ralharia, podes ter a certeza :)

    Beijinhos grandes, beijinhos doces, beijinhos mil

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