do nascer e do morrer
"Um dia, de forma mais inesperada e discreta ou com grande expectativa e maior aparato, uma pessoa nasce. Noutro dia igual a qualquer outro, subitamente ou de forma mais avisada, uma pessoa morre. Entre esses dois dias decorre um período de tempo mais ou menos longo, mais ou menos preenchido a que chamamos vida. Naturalmente que esta vida é sempre a vida de cada um. O nascimento e a morte, esses, são sempre os do outro. A pessoa que nasce e a pessoa que morre é sempre uma "pessoa" editorial. É verdade que nenhum outro organismo vivo tem, como o homem a "consciência" da inevitabilidade do seu fim. Com esperança, fé, curiosidade, medo, angústia ou, mais raramente, total indiferença, todos pensamos, de quando em quando, no dia em que deixaremos de existir. "É a vida" dizem uns, querendo com isto dizer que, como outras circunstâncias que atribuímos ao destino, é fatal e irresolúvel. Sabemos que se tivermos sorte vamos mudando ao longo da vida. Aprendemos mais, adquirimos experiências e colecionamos emoções que nem sabíamos poder viver ou sentir. Temos mais vida, dizem uns, referindo-se à soma dos dias e das experiências que acumulámos. Temos também, inevitavelmente, menos dias para viver"
Paulo Pereira, Investigador da Faculdade de Medicina da UC, in Rua Larga, n.29, p.49
Desde que recebi este número desta Revista, e me deparei com este texto, colei-o aqui, no cantinho dos rascunhos ... Tinha de o divulgar, tinha de mostrar que, até quando falamos de medicina, podemos fazê-lo de forma bonita. Mesmo poética. Tinha, pensava eu, encontrado o pretexto ideal para abordar um assunto que me consome, do qual quero muito falar e não encontro as palavras que considero certas: o processo de decaímento da minha avó materna, verdadeiro pilar e exemplo nas nossas vidas...
Pensava eu ...
Hoje, ao colocar aqui este excerto do texto só me lembro do António, só Feio de nome e da significância que ele conseguiu dar à sua vida. E da união sentida na saudade e admiração de quem partiu cedo de mais e contra a sua vontade.
Para o António, o relógio da vida parou o tique.taque de todos os segundos. Agora ele é verdadeira Arte. Amor. Entretenimento. Poesia. Gargalhada. Riso. Gargalhada.
E lágrimas.
E eu, só posso de pé, continuar a ovação do final de cada espectáculo e garantir que os meus filhos também vão chorar a rir com o Tóni
O pano de cena caiu definitivamente no palco de vida do António*
Clap clap clap clap
*sttl
Paulo Pereira, Investigador da Faculdade de Medicina da UC, in Rua Larga, n.29, p.49
Desde que recebi este número desta Revista, e me deparei com este texto, colei-o aqui, no cantinho dos rascunhos ... Tinha de o divulgar, tinha de mostrar que, até quando falamos de medicina, podemos fazê-lo de forma bonita. Mesmo poética. Tinha, pensava eu, encontrado o pretexto ideal para abordar um assunto que me consome, do qual quero muito falar e não encontro as palavras que considero certas: o processo de decaímento da minha avó materna, verdadeiro pilar e exemplo nas nossas vidas...
Pensava eu ...
Hoje, ao colocar aqui este excerto do texto só me lembro do António, só Feio de nome e da significância que ele conseguiu dar à sua vida. E da união sentida na saudade e admiração de quem partiu cedo de mais e contra a sua vontade.
Para o António, o relógio da vida parou o tique.taque de todos os segundos. Agora ele é verdadeira Arte. Amor. Entretenimento. Poesia. Gargalhada. Riso. Gargalhada.
E lágrimas.
E eu, só posso de pé, continuar a ovação do final de cada espectáculo e garantir que os meus filhos também vão chorar a rir com o Tóni
O pano de cena caiu definitivamente no palco de vida do António*
Clap clap clap clap
*sttl
A consciência da inevitabilidade do fim é das coisas mais fascinantes, mais assombrosas, mais aterrorizantes.
ResponderEliminarConcordo com a Madame Pirulitos, mas por isso mesmo é que temos de apreciar bem a vida e tudo aquilo que temos.
ResponderEliminarBjs grandes e fica sabendo que adorei os dois textos
A MP disse tudo!
ResponderEliminarBjinhos mil :) X
Gostei bastante da partilha, obg.
ResponderEliminarJunto-me a ti de pé na ovação ao António Feio. Acabamos de perder um grande vulto do panorama nacional que me ofereceu umas boas gargalhadas ao longo dos anos. Um grande bem haja para ele, esteja onde estiver. São reviravoltas como esta que nos pôem a pensar no quanto a vida é efêmera e que devemos aproveitá-la ao máximo, porque o amanhã é uma icógnita.
ResponderEliminarUm grande beijinho para ti.
Ate me arrepiei a ler-te.
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