gaiola (pouco) dourada
Ora vamos lá mudar de registo, que aqui a moça precisa de acreditar e recordar os bons momentos em companhia da vida. Pois que sua querida filha mais velha ficou de babyssitter dos irmãos e lá fomos nós, mão na mão, ver um filme p.a.r.a. a.d.u.l.t.o.s!
Sim, já toda a gente foi, já toda a gente viu, mas a nós a gaiola dourada ou doirada só se nos abriu na pantalha gigante no Sábado passado! E que filme. Não acho que a Rita Blanco seja O filme, como li em algumas críticas, embora faça um papel que só ela conseguiria [aquela passiva expressividade ainda me penetra o olhar]. O nosso Zé de Hollywood faz brilhantemente o seu papel. A Maria Veira nasceu para estas frases e apontamentos. Mas os outros, todos os outros, têm um papel extraordinário, independentemente da duração da cena. A irmã, o cunhado, o filho deles, os filhos da Rita e do José, o empreiteiro, o filho do empreiteiro, a dona do prédio, ...
Mas quem me disse que eu ia chorar a rir do princípio ao fim, que se sai do filme com menos peso, enganou-me bem. Sim, passei o filme a chorar: de rir e de chorar a sério. à séria. talvez porque toque temas que me dizem muito (sem que tenham a ver com o estatuto de emigrante). talvez porque eu seja lamechas em todos os filmes. talvez simplesmente porque sim, chorei que nem uma maria madalena enquanto outros na sala choravam de rir a bom rir. é engraçado, não? as mesmas cenas, a mesma história, a mesma música, o mesmo espaço e vivemos a Gaiola de maneira tão diferente!
Amei!
[foto via we haert it]
Quero agradecer publicamente ao realizador, aos actores, ao jeito de ser português em Portugal e fora dele. tenho, orgulhosamente, o meu bacalhau na lateral do frigorífico, engaiolado com um iman de uma visita da mais velha a Parridefrance. Porque todos vivemos engaiolados sejam as próprias das gaiolas douradas ou não.
Ora muito bem dito. Para mim o filme, emocionalmente, está dividido em duas partes bem distintas e que são marcadas pelo fado. Até aí é um farto-te de rir (bem, já para não falar de quando veio o intervalo e a malta não conseguia parar de rir, aquele rir contido e preso que ao qualquer estimulo ainda sai mais forte e que até faz doer os músculos de tanto conter!), e depois vem o nó na garganta. Muito bem conseguido.
ResponderEliminarOra concordo. Não sei quando passei do chorar a rir para o chorar de nó na garganta. Tenho a certeza de que foi antes do fado, mas aí, jorrou toda uma fonte...
ResponderEliminarobrigada pelo comentário <3