O meu amor não me deu flores no dia 8
Assim. sem mais.
o meu amor não me deu flores ontem. nem eu fui jantar com outras mulheres para além das minhas filhas como janto todos os outros dias.
assim. sem mais.
o meu amor não me deu flores ontem, nem fez nada diferente de todos os outros dias.
este amor que é o meu, não de ofereceu uma flor sequer (de preço inflacionado pelo dia) ... mas fez o que faz em todos os outros dias ... preparou o jantar para todos. colocou roupa na máquina de lavar. tirou a roupa da máquina e colocou-a no nosso estendal. fez pão para todos para hoje. e esteve comigo no resquício de noite que reservámos para nós, depois das meninas irem para o quarto e o petiz adormecer no meio da projecção do Bolt.
Sim. porque este é o meu amor e esta é a nossa história desde que o meu corpo me presenteia com umas greves em que deixa de funcionar como deve. o meu amor está lá. sempre. ele não ajuda na lida da casa. tal como eu não o ajudo a ele. somos uma equipa e partilhamos tarefas, mesmo que muitas vezes não seja a 50-50. e mesmo que a maioria das vezes nos últimos tempos, o afastamento dos 50% seja assumido por um reforço de compromisso e tarefas por ele. porque o meu amor é assim.
ontem foi o Dia Internacional da Mulher que, a meu ver, tem de continuar a ser lembrado e assinalado. mas não da forma como muitos e muitas pretendem. não para brincar sem gosto sobre a forma como estacionamos. ou para colocar bolos em forma de falo na montra. ou para festejarmos sem sabermos o quê nem para quê, nem porquê ...
o 8 de Março é uma data gigante para nós enquanto mulheres pela luta de tantas por ver reconhecidos direitos ... não da mulher, mas direitos humanos.
Eu sou mesmo é pela igualdade de género em direitos e oportunidades. para todas e para todos. eu sou mesmo é pelo fim das discriminizações, abusos e intolerâncias ...
Por isso o dia tem sentido e significado. que não sejamos nós, mulheres, a retirar-lhe a sua pertinência e oportunidade.
Mas ontem, dia internacional da mulher, o meu amor não de deu flores. e não fez mal...
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