Um mês e uns pozinhos depois
Um mês e uns pozinhos depois, gostamos de estar em casa. De estar em nossa casa.
Não trouxémos muita coisa nossa, logo nós que somo pessoas de muita tralha e tralhas. e livros. faltam-nos os livros para a casa ganhar os definitivos contornos que a identificam como nossa. faltam as estantes. e as secretárias onde desenhamos letras, sonhos e palavras sérias. e livros. e cortinas. e tapetes. e livros. e mais fotos. e os nossos quadros. e livros. os nossos livros.
ena... falta tanta coisa e sentimo-la no entanto tão nossa. este processo de enamoramento por uma casa é engraçado: aprendemos a reconhecer e apreciar a paisagem que as janelas nos oferecem a cada olhar que desafia o horizonte. aprendemos a gostar dos barulhos cadenciados e tranquilizadores que indicam a rotina da passagem dos dias. reconhecemos os ritmos e rotinas que surgem da utilização dos espaços.
aprendemos o nosso canto preferido. ansiamos o nosso momento do dia de-mim-para-comigo. apenas eu e o meu lar. enamoramo-nos pelos cheiros que gostamos de produzir nesta cozinha cúmplice (neste mês e uns pozinhos tem estado no ar o aroma dos muitos risottos, o pão quente noite dentro ou pelo cedinho da manhã, a doce presença da massa folhada que cresce no forno, as panquecas que acompanham as muitas infusões)
Um mês e uns pozinhos depois, a casa, esta casa, não tem a nossa forma* ainda mas tem já o nosso jeito de ser...
*e não fora esta ser uma casa temporária, a terceira desde o fatídico incêndio que nos roubou as paredes físicas do lar, muito simpática ficaria. oh se ficaria...
:)
ResponderEliminarAos poucos toma-vos o cheiro e já se sentem em casa
Tudo de bom, é o que vos desejo
E que se encha de sol e sorrisos e risos
De alegria e amor!
Beijinhos