confessionário

Leio a Catarina e a sua princesa Maria João e as lágrimas correm silenciosas ... leio a Sofia e a sua postura sobre "mais do que perder peso" e identifico-me tanto ... corro a libertar choro mágoa e frustração ao mesmo tempo que a água me purifica a pele e deixo-me estar no duche de água bem quente, temperada pela água salgada que se escapa pelos vasos lacrimais...

Não me conheço. não me consigo olhar. não me consigo gostar. 

estou farta de ser este iô-iô constante. de não saber com que contar. que roupa poderei usar na próxima semana.

a auto-estima e a auto-imagem estão de tamanho celular. não me permito parar em frente ao espelho. não me olho. não quero que me olhem. fujo da imagem reflectida por espelhos, lentes de máquinas fotográficas e retinas oculares ... 

sou a minha maior crítica. também neste campo.

tento e tento e esforço-me e esforço-me.

mas como conseguir com pregabantina e tramadol e demais medicação que me faz voltar a peixe balão logo após a uma pequena conquista? As brutais oscilações de peso que sou obrigada a sentir e assistir, doem tanto ou mais do que todas as outras dores da minha condição crónica ...

sei que tenho de resolver esta questão. por todos os que me rodeiam mas acima de tudo por mim. isolo-me cada vez mais e perco-me nesta ideia deformada de que não sou agradável ao olhar e ao desejo de estar ao lado de ...

tenho uma batalha para travar: comigo mesma. e a luta tem de ser retomada AGORA.