Naufragar ... e aportar em ponto seguro

Tenho vivido uma sucessão de dias e semanas difíceis. ridículos mesmo se parar para pensar muito no assunto. ora acontece que eu paro muito para pensar ... sobre tudo. e sempre... e de tanto pensar dei por mim num quase ponto de ruptura. naufraguei sozinha. tentando, nem sempre com sucesso, não enrolar a família neste  redemoinho de tempestade no mar bravio em que me vi enrolada...

Estamos cansados. todos muito cansados. e os dias de férias deles e de over.work meus vieram complicar ainda mais uma gestão difícil dos dias e das necessidades de cinco.

Sinto que lhes falho. sinto que não basto ao que esta família precisa e merece. sinto-me, a bem da verdade, imperfeita demais e incompleta demais. serei eu a criar os meus maiores demónios e fantasmas bem sei. nunca acharei que me basto. sou a minha maior crítica ...

O meu corpo prega-me partidas em série. entre as limitações e a medicação e seus efeitos secundários, não me reconheço na imagem que o espelho me devolve...

Naufraguei e quase que me perdia de mim. dos meus.

Veio o Verão. estranho Verão este como estranhos têm sido os meus dias. mas veio ou vem-nos visitando o Verão e o seu sol e luz. com ele veio a possibilidade de avistar um ponto de luz que me permitisse aportar do mar revolto. um local privilegiado pela natureza e reforçado pela magia da amizade que me permite ir recuperando. recuperando força. recuperando energia. recuperando sorrisos. redescobrindo esperança. reencontrando-me nas gargalhadas que ouço o meu príncipe pequeno dar com os amigos de praia. na conquista das ondas que a princesa principiante de adolescente consegue. nas leituras partilhadas com a minha recém-adulta. nas conversas sussurradas com o meu maior amor.

Sim, é possível andar náufrago e ser devolvido pelo mar revolto a um porto seguro.

O meu porto seguro do Verão é a Costa Nova. O ninho na Costa Nova é o Quebramar.

Este local entrou para o nosso baú de afectos e memórias familiares. neste espaço eu revivo memórias e sensações da minha infância e adolescência e transmito-as e torno-as dos meus filhos também. este tipo de herança é que é fundamental na nossa perspectiva de família. tenho para mim a convicção de que o que é estrutural permanece. estas memórias serão vezes sem conta trazidas à conversa ao longo dos anos vindouros. e isso alegra-me e aquece-me o coração.

Há locais que curam. Há pessoas que nunca conhecerão o impacto que têm na nossa vida. O Quebra é um desses locais e os seus mentores algumas dessas pessoas. 

É fácil perceber como este local é único e se adapta tanto a nós e ás nossas necessidades. As palavras serão sempre poucas. As imagens ilustram, em parte, as emoções e experiências vividas:

[créditos fotográficos: The Quebramar Beach Club e mãeee]