hibernar

Ás vezes é preciso hibernar. ás vezes temos desertos para atravessar que só nos permitem levarem-nos a nós por companhia. na mochila não cabem os gostos, as necessidades de escrita, as rotinas de todos os dias, ... ás vezes dói. muitas vezes dói. mas tem de ser. para melhorar. para nos reencontrarmos com quem somos.

Hibernei. assim fui obrigada pelos senhores doutores e amigos que em boa hora me impuseram um travão e desplotaram o airbag. para doer mais. para que doa menos. para que aprenda a viver com a dor. para que me reinvente na sinceridade do meu cerne e com um corpo que me prende e inibe. preparo-me agora para voltar. de-va-ga-ri-nho. 

Hibernei rodeada do amor e da protecção dos meus amores maiores. sem a minha melhor metade ao meu lado teria sido impossível este período desértico e inerte. Com o calor do amor. da verdade. da amizade. com vontade de aprender a viver de novo com a minha realidade.

Hibernei rodeada do carinho de algumas pessoas que tiveram um papel muito importante neste período. que, felizmente, impuseram a sua presença e me obrigaram a interagir. a dialogar. a tricotar. a disparatar para que o sorriso se solte.

Hibernei, mas estou a regressar.

Obrigada a quem me acompanhou. obrigada a quem não desistiu de mim.

desculpem quem desiludi e, no fastfoward rápido do zapping do mundo virtual rumou a outras paragens. permanentemente mais solarengas... ficam no meu coração